Fuga em Penitenciária de Mossoró: Falhas Estruturais Reveladas

A penitenciária de Mossoró tem enfrentado sérios problemas estruturais e de segurança, conforme revelado por servidores que foram ouvidos pela Polícia Federal.

Após a fuga de dois detentos há um ano, a investigação apontou falhas como câmeras fora de operação e falta de cadeados, que comprometem a segurança da unidade.

Relatos de Servidores sobre Falhas Estruturais

Os relatos dos servidores da penitenciária de Mossoró revelam uma realidade alarmante em relação às condições de segurança e estrutura da unidade. Profissionais que trabalham no dia a dia da penitenciária relataram problemas significativos que, segundo eles, têm contribuído para a insegurança e a possibilidade de fugas.

Um dos principais problemas mencionados é a falta de câmeras de segurança em funcionamento. Muitos servidores afirmaram que as câmeras estão obsoletas ou fora de operação há meses, o que dificulta a vigilância adequada. Um policial penal, que preferiu não se identificar, comentou que, no dia da fuga, as câmeras de duas torres de vigilância não estavam funcionando corretamente, o que impossibilitou a visualização dos detentos durante a fuga.

Além disso, a falta de cadeados e portas de celas que não fecham corretamente foram citadas como falhas graves. Esses problemas estruturais foram destacados em diversos relatórios que chegaram à direção da unidade e ao Ministério da Justiça, mas, segundo os servidores, pouco foi feito para solucioná-los.

Outro ponto crítico é a iluminação externa deficiente, que, segundo os relatos, torna a vigilância ainda mais complicada durante a noite. “Estava tudo escuro e que não dava pra ver nada”, disse um dos policiais penais que atuava em uma das torres de vigilância. Essa falta de visibilidade é um fator que pode ter contribuído para a fuga dos detentos, evidenciando a negligência na manutenção da segurança da unidade.

Investigação da PF e Resultados

A investigação da Polícia Federal sobre a fuga de dois detentos da penitenciária de Mossoró trouxe à tona questões preocupantes relacionadas à segurança da unidade. Realizada após o incidente, a investigação não apenas analisou os eventos que levaram à fuga, mas também avaliou as condições de trabalho dos servidores da penitenciária.

O relatório final da PF, ao qual a TV Globo teve acesso, apontou que não foram encontrados indícios de que os fugitivos contaram com a ajuda de terceiros. Isso significa que a fuga foi resultado de falhas internas e não de uma ação externa coordenada. Os depoimentos dos servidores foram fundamentais para a conclusão de que houve uma negligência evidente por parte da administração da penitenciária.

Os agentes penitenciários relataram que problemas estruturais, como a falta de iluminação e câmeras de segurança em funcionamento, contribuíram para a possibilidade da fuga. A PF destacou que esses relatos demonstram uma violação clara do dever de cuidado por parte dos responsáveis pela segurança da unidade.

Apesar das evidências de negligência, a PF não indiciou nenhum servidor, o que gerou críticas sobre a responsabilização dos envolvidos. O Ministério da Justiça, em resposta, afirmou que as falhas foram reconhecidas e que uma série de medidas foi adotada para resolver os problemas, incluindo a execução de contratos de manutenção e melhorias na infraestrutura.

Essas medidas são essenciais para garantir a segurança não apenas dos detentos, mas também dos profissionais que trabalham na penitenciária, que diariamente enfrentam um ambiente de trabalho repleto de desafios e riscos.

Medidas Adotadas pelo Ministério da Justiça

Após a investigação da Polícia Federal e os alarmantes relatos dos servidores, o Ministério da Justiça tomou uma série de medidas para corrigir as falhas estruturais e de segurança na penitenciária de Mossoró. Essas ações visam não apenas melhorar as condições da unidade, mas também restaurar a confiança na administração penitenciária.

Uma das principais iniciativas foi a execução de um contrato de manutenção que já está em andamento. Esse contrato inclui a atualização e reparo dos sistemas de segurança, como câmeras de vigilância e iluminação, que estavam obsoletos e fora de operação. O objetivo é garantir que todos os equipamentos funcionem adequadamente, proporcionando uma vigilância eficaz e segura.

Além disso, o Ministério da Justiça implementou procedimentos administrativos contra dez servidores, com investigações preliminares sumárias para apurar a responsabilidade pela negligência observada. Essa medida é um passo importante para assegurar que haja responsabilização em casos de falhas na segurança.

O ministério também anunciou investimentos em melhorias estruturais, como a reforma das celas e a instalação de novos equipamentos de segurança eletrônica. A construção de uma nova muralha no perímetro externo da penitenciária está em fase de execução, o que promete aumentar ainda mais a segurança da unidade.

Essas ações refletem um compromisso em fortalecer o sistema penitenciário federal e abordar as deficiências que foram identificadas. O ministério se comprometeu a continuar monitorando a situação e a implementar novas medidas conforme necessário para garantir a segurança e o bem-estar de todos na penitenciária.

Conclusão

A situação da penitenciária de Mossoró é um alerta sobre a importância da manutenção e da vigilância nas unidades prisionais.

Os relatos dos servidores e a investigação da Polícia Federal evidenciam falhas graves que não podem ser ignoradas. A resposta do Ministério da Justiça, com a implementação de medidas corretivas e investimentos em infraestrutura, é um passo positivo, mas a eficácia dessas ações ainda precisa ser monitorada.

É fundamental que as autoridades continuem a priorizar a segurança e o bem-estar tanto dos detentos quanto dos profissionais que atuam nas penitenciárias. Somente assim será possível garantir um sistema penitenciário mais seguro e eficiente, onde a negligência não tenha espaço.

A sociedade deve acompanhar de perto essas mudanças, exigindo transparência e responsabilidade em todas as etapas do processo.

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FAQ – Perguntas Frequentes sobre a Penitenciária de Mossoró

Quais foram os principais problemas identificados na penitenciária de Mossoró?

Os principais problemas incluem câmeras de segurança fora de funcionamento, falta de cadeados, iluminação deficiente e portas de celas que não fecham corretamente.

O que a Polícia Federal concluiu sobre a fuga dos detentos?

A Polícia Federal concluiu que não houve ajuda externa na fuga, mas identificou negligência evidente por parte dos servidores da penitenciária.

Quais medidas foram adotadas pelo Ministério da Justiça após a investigação?

O Ministério da Justiça implementou um contrato de manutenção, investiu em melhorias estruturais e iniciou procedimentos administrativos contra servidores envolvidos.

Como as condições de segurança na penitenciária afetam os servidores?

As condições precárias de segurança aumentam os riscos para os servidores, que enfrentam um ambiente de trabalho inseguro e com falta de recursos.

O que está sendo feito para melhorar a segurança na penitenciária?

Estão sendo realizadas reformas, instalação de novos equipamentos de segurança e construção de uma nova muralha para aumentar a segurança da unidade.

Qual é a importância de monitorar as mudanças na penitenciária de Mossoró?

Monitorar as mudanças é crucial para garantir que as medidas adotadas sejam eficazes e para assegurar a responsabilidade das autoridades na gestão do sistema penitenciário.