Anderson Torres, ex-ministro da Justiça, irá depor novamente à Polícia Federal sobre as blitze da PRF durante as eleições de 2022, que investigam possíveis ações para impedir eleitores de votarem em Lula. Torres e outros, incluindo o ex-diretor da PRF, foram indiciados, e a PF busca mais prazo do STF para concluir suas investigações.
O ex-ministro da Justiça Anderson Torres dará, nesta segunda-feira (14), novo depoimento à Polícia Federal (PF) sobre as blitze da Polícia Rodoviária Federal (PRF) durante o segundo turno das eleições presidenciais de 2022.
Sumário
- 1 Investigação das Blitze da PRF
- 2 Primeiro Depoimento de Torres
- 3 Depoimento de Silvinei Vasques
- 4 FAQ – Perguntas frequentes sobre o depoimento de Anderson Torres e as blitze da PRF
- 4.1 Qual é o objetivo da investigação da Polícia Federal sobre as blitze da PRF?
- 4.2 Quantos bloqueios foram realizados pela PRF durante as eleições de 2022?
- 4.3 Quem são os principais envolvidos na investigação?
- 4.4 O que Anderson Torres disse em seu primeiro depoimento?
- 4.5 Qual foi a posição de Silvinei Vasques durante seu depoimento?
- 4.6 Como a PF pretende continuar com as investigações?
Investigação das Blitze da PRF
A Polícia Federal (PF) investiga se houve uma ação orquestrada para impedir que eleitores propensos a votar no então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegassem aos locais de votação no Nordeste durante as eleições de 2022. Mais de 2 mil bloqueios foram realizados na região pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), que na época era comandada por Silvinei Vasques, também indiciado no caso.
O inquérito aponta que esses bloqueios poderiam ter impactado diretamente o resultado das eleições, favorecendo o então presidente Jair Bolsonaro (PL). A PF indiciou Anderson Torres, Silvinei Vasques e outros quatro policiais federais em agosto, com base em indícios de crime previstos no artigo 359-P do Código Penal, que penaliza ações que dificultem o exercício de direitos políticos.
Além disso, a PF pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) mais prazo para continuar as investigações e apresentar um relatório conclusivo sobre as ações da PRF durante o pleito. O clima de tensão e a preocupação com a integridade do processo eleitoral têm gerado debates acalorados entre especialistas e políticos, levantando questões sobre a legitimidade das eleições de 2022.
Primeiro Depoimento de Torres
No primeiro depoimento prestado por Anderson Torres à Polícia Federal, em maio do ano passado, ele relatou ter recebido um levantamento sobre o resultado do primeiro turno das eleições de Marília Alencar, ex-diretora da inteligência do ministério. Durante o depoimento, Torres negou ter compartilhado esse documento com a PRF ou a PF, o que gerou desconfiança entre os investigadores.
O estado da Bahia registrou uma vantagem significativa de votos para Lula na disputa contra Bolsonaro, tanto no primeiro quanto no segundo turno. Torres admitiu que esteve na Bahia dias antes do segundo turno, conforme documentos revelados pela CNN em maio do ano passado. Ele alegou que a viagem tinha como objetivo visitar obras da Superintendência da PF na região.
Entretanto, a suspeita da investigação é de que essa viagem foi utilizada para orientar as ações da PRF no dia das eleições. O ex-ministro negou qualquer “determinação” para uma atuação conjunta da PF e PRF da Bahia nos bloqueios em rodovias, mas as contradições em seus relatos levantaram ainda mais questões sobre sua conduta e a possível influência nas operações da PRF durante o pleito.
Depoimento de Silvinei Vasques
O ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, foi ouvido por videoconferência na segunda-feira (7). Durante seu depoimento, Vasques negou qualquer tentativa de interferência no resultado das eleições de 2022. Ele afirmou que as ações da PRF foram conduzidas de maneira imparcial e dentro da legalidade.
Fontes ligadas à investigação indicam que os investigadores avaliam que o indiciamento de Vasques será mantido, apesar de suas negativas. O depoimento foi parte de um esforço contínuo da PF para esclarecer as circunstâncias em torno das blitze realizadas durante o período eleitoral.
Além de Vasques, a ex-diretora da inteligência do ministério, Marília Alencar, também foi interrogada novamente. A colaboração e os relatos de ambos são cruciais para a compreensão do contexto em que as blitze ocorreram e se houve, de fato, uma coordenação para influenciar o resultado das eleições. A pressão sobre Vasques e Alencar aumenta à medida que a PF busca evidências que possam corroborar ou refutar as alegações de manipulação e abuso de poder durante o processo eleitoral.
FAQ – Perguntas frequentes sobre o depoimento de Anderson Torres e as blitze da PRF
Qual é o objetivo da investigação da Polícia Federal sobre as blitze da PRF?
A investigação busca determinar se houve uma ação orquestrada para impedir que eleitores propensos a votar em Lula chegassem aos locais de votação.
Quantos bloqueios foram realizados pela PRF durante as eleições de 2022?
Mais de 2 mil bloqueios foram realizados pela PRF no Nordeste durante o segundo turno das eleições.
Quem são os principais envolvidos na investigação?
Os principais envolvidos incluem Anderson Torres, Silvinei Vasques e Marília Alencar, todos indiciados pela PF.
O que Anderson Torres disse em seu primeiro depoimento?
Torres afirmou ter recebido um levantamento sobre o resultado do primeiro turno, mas negou ter compartilhado esse documento com a PRF ou a PF.
Qual foi a posição de Silvinei Vasques durante seu depoimento?
Silvinei Vasques negou qualquer tentativa de interferência no resultado das eleições e afirmou que as ações da PRF foram conduzidas de maneira imparcial.
Como a PF pretende continuar com as investigações?
A PF pediu ao STF mais prazo para dar continuidade às investigações e apresentar um relatório conclusivo sobre as ações da PRF durante as eleições.